sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A História da Mulher na Educação

 
Por: Rui Barbosa de Souza 
A mulher na sociedade patriarcal 

Certamente que a história da humanidade é composta por inenarráveis injustiças quanto à exclusão, perseguição e até mesmo ao extermínio das minorias ou do mais fraco. Legado este que provavelmente tem a sua origem na era primitiva, onde imperava a lei do mais forte. No caso da mulher, esta injustiça chega a ser absurda e inaceitável , pois a sua inteligência e capacidades de transformação do meio e produção de conhecimentos em nada difere das capacidades masculinas. Por ter compleição física quase sempre inferior à do homem, a ela eram designadas tarefas que exigiam menor força física ou que não a expusesse a situações de combate, devido à sua suposta fragilidade.
Com a evolução humana, o domínio da natureza pelo acúmulo de conhecimento, o desenvolvimento das artes e outras formas de cultura, além das conquistas tecnológicas, era de se esperar que outra postura fosse adotada, que a sua situação na relação de poder com o homem mudasse, ou pelo menos, que não tivesse demorado tanto tempo para que mudanças tão necessárias acontecessem, visto que a aplicação da força física para se exercer determinadas tarefas há muito foi superada pela utilização dos recursos provenientes dessas conquistas. No entanto, apesar de estudos revelarem que o ser humano habita o planeta a milhões de anos, somente a menos de um século temos a participação efetiva da mulher, ainda que estatisticamente insignificante, na educação, na política, na liderança de projetos de relevância para o conhecimento e desenvolvimentos científicos e tecnológicos. Não obstante as limitações que lhe eram impostas, bastaram as oportunidades surgirem para se destacar nas profissões que era impedida de exercer, nas quais a sua eficiência tem demonstrado o quanto a humanidade perdeu em talento, sensibilidade e grandeza, por ter se estruturado em sociedades patriarcais.
Nomes femininos importantes fazem parte da construção da nossa história, mas sempre relacionados à luta para romper tais preconceitos e limitações e para impor, muitas vezes com o sacrifício da própria vida, suas genialidade e potencialidade na transformação do conhecimento, fundamentais para se chegar ao nosso atual estágio evolutivo, a despeito de sequer terem tido acesso à educação formal.
Não resta dúvida de que se a educação da mulher tivesse sido igualitária, no que diz respeito à construção do conhecimento, sem as restrições descritas acima, estaríamos, talvez milênios à frente em matéria de avanços científicos e tecnológicos, e com certeza vivendo em situação muito diferente em relação às injustiças sociais; e muitos genocídios e atrocidades não teriam sido, e certamente deixariam de ser cometidos. Coincidentemente ou não, os desenvolvimentos científicos e tecnológicos que se arrastaram durante milhões de anos, apenas nos últimos séculos, tiveram avanços verdadeiramente significativos, ou seja, a evolução humana ganhou velocidade na medida em que a mulher passou a ter maior participação na construção e estruturação do conhecimento e das sociedades.
Ed ucação da mulher no Brasil
Não se pode dizer que a educação da mulher no Brasil tenha sido diferente da maioria dos países, mas é com assombro que constatamos que somente no final do século XIX e início do século XX, a mulher passa a ter acesso à educação formal, ainda que timidamente, pois os cursos estavam relacionados às prendas domésticas e atividades de educação dos filhos, como no caso do magistério, que caracteriza a continuidade dessa educação no lar; ou seja, sempre limitada ao confinamento do lar e sendo impedida de participar efetivamente das decisões políticas e de transformação das sociedades. A despeito dessas restrições, a oportunidade bastou para que a mulher se destacasse nos meios educacionais e profissionais aos quais foi inserida, de forma que a sua ascensão para as demais áreas do conhecimento anteriormente dominadas pelo homem fosse inevitável.
Mas, apesar das tentativas de se restringir a educação da mulher, a sua capacidade transformadora vem demonstrando o quanto pode contribuir para a construção de um país melhor estruturado. Não somente no que diz respeito à produção de conhecimentos, desenvolvimento das ciências e tecnologias, mas bem mais justo do ponto de vista das desigualdades sociais. Pois, sem dúvida, a sua sensibilidade aliada à sua capacidade cerebral e raciocínio em nada diferente do homem, identifica e orienta a decisões mais coerentes, lúcidas e justas.
As conquistas formam muitas nos últimos tempos, pois é comum sermos informados nos noticiários da presença de mulheres brasileiras na NASA (Agencia Espacial Norte Americana ), em importantes universidades ou em grandes corporações no Brasil e no mundo, ocupando cargos de extrema relevância.
Mas se analisarmos as estatísticas, ficamos estarrecidos, pois a participação da mulher na atualidade nos meios acadêmicos, científicos e políticos, estratégicos para a estruturação do conhecimento e organização da nossa sociedade, ainda é insignificante. Como por exemplo no Congresso Nacional, temos a desproporção de centenas de parlamentares do sexo masculino para apenas algumas dezenas de mulheres representando os interesses do país. Realidade esta, que lamentavelmente, não está restrita somente ao Brasil, mas é tendência mundial, apesar de estarmos no século XXI.
 
Referência
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário